O que é marketing verde? Por que o marketing verde está tão em alta nos dias atuais? As empresas são obrigadas a aderir a esse tipo de marketing ou podem escolher por conta própria se querem fazer parte ou não? Quais são os requisitos que devem ser “preenchidos” para que uma empresa seja considerada sustentável?
As mudanças climáticas são iminentes em todo o globo. Tanto é verdade que já vivenciamos cada vez mais alguns eventos climáticos que nossos pais e avós nunca pensariam que fosse possível. 35 graus de calor em pleno inverno? Dias com temperaturas abaixo de 12 graus em pleno verão? O que está acontecendo com o mundo?
Diante de toda essa situação, as empresas, maiores geradoras de poluição no mundo desde a Revolução Industrial, precisam estar atentas às novidades que a ética sustentável impõe, buscando assim melhorar o futuro do planeta e dos nossos filhos. Surge então o marketing verde, que muda essa visão de futuro.
Neste conteúdo, além de explicarmos o que é marketing verde, você também vai conferir alguns detalhes de situações que são comuns em nosso cotidiano, mas que mostram a hipocrisia de algumas marcas ao redor do planeta: é o caso do greenwashing. Leia conosco e saiba mais, vamos lá!
O que é marketing verde?
Mas afinal, o que é marketing verde? Provavelmente você já ouviu falar sobre o termo. Trata-se de toda e qualquer iniciativa ou campanha de marketing que vise comercializar produtos que possuem como um de seus objetivos diminuir o impacto no meio ambiente, ou então ajudá-lo a ser recuperado.
Dessa forma, portanto, podemos distinguir os produtos do marketing verde em dois principais tipos:
Diminuir o impacto no meio ambiente
Carros elétricos são um bom exemplo de marketing verde. É claro, não somente “ajudar o mundo”, mas também comercializar algo novo está entre os objetivos dessa indústria. De forma geral, diretamente ou indiretamente ajuda e muito o meio ambiente, já que veículos a combustão poluem o planeta diariamente. Outros produtos como itens de beleza veganos também estão nesse “setor” do marketing verde.
Ajudar o meio ambiente a ser recuperado
Nesses casos, entram não somente produtos, como chuveiros pressurizados, composteiras orgânicas, energia solar adquirida por meio de placas fotovoltaicas, etc., mas também campanhas criadas por organizações que ajudam no cuidado de áreas preservadas, reflorestamento, etc. Aqui, trata-se de uma forma mais direta de ajudar a natureza.
A história do marketing verde
A história do marketing verde remonta ao século passado. Foi somente nos anos 60 do século anterior em que estamos vivendo que uma conscientização de nível global tomou proporções que chamam atenção. Com “Global”, queremos dizer todo os EUA e grande parte da Europa, países responsáveis por movimentos globalistas em prol do meio ambiente.
Apesar disso, foi somente quase 3 décadas depois, nos anos 90, que os produtos do marketing verde começaram a ganhar maior espaço e investimento. A partir daí, a comercialização dos mesmos começou a ser mais comum, sendo cada vez mais fácil encontrá-los em mercados e propagandas de televisão.
Cada vez mais os noticiários de TV, jornais impressos e rádios noticiavam a chance de escassez de recursos naturais dentro de 30, 40 ou 50 anos, se nada fosse realmente feito. Com base nessas informações, os próprios consumidores começaram a cobrar as empresas em relação a modificação da composição e produção de seus produtos.
Em nosso país, o marketing verde também se iniciou nos anos 90, principalmente por causa da chegada de empresas “gringas”, vindas dos EUA e Europa que possuíam produtos desse tipo em seus catálogos. Logo em seguida, então, as próprias empresas nacionais começaram a investir no marketing verde, tornando-se algo muito forte como podemos notar nos dias atuais.
Princípios do marketing verde
E quais são os princípios do marketing verde? O que diz a ética da sustentabilidade sobre campanhas publicitárias de produtos que auxiliam o meio ambiente? Quais são as “regras” que as novas- e também antigas – empresas precisam cumprir para realmente mostrarem aos seus consumidores que se importam com o meio ambiente?
Um produto que segue os princípios do marketing verde, deve ser:
- Ecologicamente correto: não usurpar da natureza para ser produzido;
- Economicamente viável: um gasto mediano, para que o valor não chegue alto para o bolso do consumidor;
- Socialmente justo: todas as pessoas devem poder usufruí-lo;
- Culturalmente aceito: deve respeitar a cultura onde está inserido.
Tendo isso em mente no momento da criação do produto, então o mesmo tem tudo para dar certo em termos de marketing verde. Ainda existem alguns quesitos que a empresa deve ficar atenta, ou melhor, algumas letras. Leia:
- 3 Rs: reduzir, reutilizar e reciclar;
- 4 Ss: segurança, sustentabilidade, satisfação do consumidor e aceitação social (Social acceptance).
Como podemos notar, não adianta somente não usar componentes do meio ambiente (como os produtos de beleza veganos), é necessário garantir que haja respeito cultural e social no produto, que ele não atinja o meio ambiente em seu futuro, sendo sustentável e ao mesmo tempo seguro, levando em conta a satisfação do consumidor.
Realmente não é algo fácil de ser alcançado, afinal, por mais que o marketing verde esteja presente no mundo há cerca de 80 anos, somente após a década de 90 e principalmente nos dias atuais ganhou maior força.
Porém, é de suma importância que as empresas e seus produtos se adequem a essa nova linha de vendas, pois ela se tornará ainda mais presente nos próximos anos.
O que é greenwashing?
E o que é greenwashing? Se o marketing verde é a parte boa do movimento, o greenwashing é o oposto disso. O greenwashing marca um tipo de hipocrisia ou falta de ética sustentável, realizado por empresas que buscam surfar em uma onda que não fazem parte, defendendo algo que não realizam na prática.
Ficou complicado de entender? Bem, greenwashing em português significa “lavagem verde”. Empresas que aplicam greenwashing são aquelas que se autoproclamam “eco-friendly” ou então sustentáveis, mas usam disso somente para promover a marca por um momento pontual ou até continuamente, mas não exercem isso na prática.
Greenwashing pode ser enquadrado no Art. 67 da Lei brasileira, como propaganda enganosa, e já foi em diversas ocasiões. Existem muitas empresas, principalmente as alimentícias e produtos de beleza, que vendem seus produtos garantindo que não afetam o meio ambiente, ou então não possuem um componente específico da natureza.
Quando analisamos na prática, não é bem assim que acontece. Dessa forma, a empresa que pratica greenwashing pode ser julgada e o dono pegar pena de até 3 anos de detenção e multa, segundo a Lei de propaganda enganosa.
Greenwashing e marketing verde são a mesma coisa?
Definitivamente, não. Enquanto o greenwashing é apenas uma técnica de se apossar de um movimento de maneira indevida apenas para promover a marca momentaneamente, o marketing verde é um movimento com pouco mais de 80 anos, que visa a fabricação de produtos amigos do meio ambiente, que auxiliam na redução do impacto na natureza ou auxiliam a mesma a ser recuperada.
Portanto, sempre que analisar uma campanha e visualizar um resquício de greenwashing, reporte para o setor responsável de segurança. Por outro lado, incentive o marketing verde, comentando, compartilhando e fazendo parte na web, e, acima de tudo, consumindo produtos que fazem bem ao meio ambiente.
Dessa forma, além de auxiliar na restauração do clima como um todo, você prepara um mundo melhor para o futuro de seus filhos e netos. Continue lendo conosco e aprenda a como fazer o marketing verde.
Como fazer o Marketing Verde?
Já sabemos o que é marketing verde, conhecemos sua história, seus princípios e também seu vilão: o greenwashing. Agora, basta saber como fazer o marketing verde, para então colocar na prática a mudança que sua empresa precisa para o momento e para o futuro. Leia conosco e entenda melhor:
Por onde começar a fazer o marketing verde?
Por onde começar a fazer o marketing verde? O primeiro passo é sentar e analisar tudo o que deve ser mudado dentro da sua empresa, afinal, a mudança começa de dentro para fora. Portanto, visualize tudo aquilo que pode ser sustentável nos processos gerenciais internos das instalações da marca.
Coleta seletiva, energia solar, reutilização de papel, organização de documentos impressos em versões digitalizadas, diminuição de emissão de gases (caso sua empresa trabalhe nesse ramo), implementação de transporte único para todos os funcionários, etc.
Em seguida, você deve analisar o seu produto: de que forma ele pode se tornar eco-friendly? Esta talvez seja a parte mais difícil de ser realizada, afinal, muitos produtos precisam mudar drasticamente em termos de composição e valores, sem esquecer dos 4 princípios do marketing verde: ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito.
Busque informações sobre empresas da sua área que já trabalham com o marketing verde, faça parcerias, conheça mais sobre o meio, aprofunde-se o máximo que puder, para que a mudança seja realizada de forma mais rápida e eficaz, beneficiando não somente seus consumidores, mas também o seu lucro interno com base no plano empresarial produzido.
Dicas de como implementar o marketing verde
- Nunca teste seus produtos em animais;
- Não use matéria-prima rara ou em estado terminal;
- Faça coleta seletiva de lixo na sua empresa;
- Implemente energia solar em todos os setores;
- Promova eventos sobre sustentabilidade e ecologia para seus colaboradores;
- Crie campanhas para ajudar a população que ainda depende 100% da natureza, como os ribeirinhos – a Natura faz muito isso;
- Faça questão de divulgar que sua marca é eco-friendly;
- Aumente a durabilidade daquilo que você vende;
- Tente diminuir o tempo de decomposição do seu produto e também da embalagem que o envolve.
Benefícios do marketing verde
Um dos principais benefícios do marketing verde é a mudança para algo que será o futuro. Assim como a Amazon já estava na internet antes de qualquer outro e-commerce, estar presente nessa mudança de visão para o lado ecológico logo no início é de grande importância para o financeiro da marca.
Outra das vantagens é atrair um público engajado: lembra-se de quando falamos que a principal impulsão do marketing verde se deu nos anos 90 por pressão dos próprios consumidores? Ao migrar para o marketing verde, além de manter boa parte de seus clientes antigos, você também vai adquirir novos, engajados com o movimento e que preferem até mesmo pagar mais caro em um produto porque sabem que não afeta o meio ambiente.
Exemplos de empresas que investem em marketing verde
São muitas as empresas que já migraram para “o lado verde da luz”. Abaixo, separamos uma pequena lista com as principais para você notar a importância e iminência dessa mudança de valores:
- Éh! cosméticos: a empresa trabalha somente com produtos 100% veganos, ou seja, sem matéria-prima em teste em animais, é tudo orgânico;
- Natura: embalagens recicladas, proporciona treinamentos para pessoas que vivem em áreas ribeirinhas e foca totalmente seu marketing para os termos ecológicos e sustentáveis;
- Walmart: investe bilhões de dólares anualmente em sustentabilidade;
- Vizcaya: cremes, hidratantes, produtos de beleza e perfumes com nenhum teste em animais, além do selo com formato de coelhinho em suas embalagens, comprovando que seus produtos não são testados nos bichinhos;
- Entre outras: são muitas as empresas que já atuam dentro do marketing verde, e a grande maioria delas são de grande porte. Se os maiores do mundo fazem isso, o que lhe impede de fazer também?
